O Seis de Ouros
Pela ilustração do Tarô de Rider-Waite estamos sempre muito sujeitos firmar o seis de ouros como a carta que me mostra a caridade, bondade, divisão com os pobres. A imagem é muito clara quando mostra o mercador em meio a sua atividade dividindo com quem precisa de caridade.
Sempre é preciso estudar o tarô em seu contexto. E com isso será possível não enxergar apenas esse significado tão engessado da carta.
O quatro de ouros mostra a avareza e a mesquinharia, o cinco de ouros mostra a continuidade do individuo que não aprendeu a tempo que suas atitudes agoístas não seriam vantajosas e acabou perdendo tudo. Vem a imagem de mendicância, perda e miséria.
O seis de ouros traz a reviravolta, o aprendizado. Aquele que aprendeu com o seu erro e sabe, HOJE, que é preciso ajudar. O indivíduo central não nasceu bonzinho e cheio de benevolência, ele apanhou com seus erros e hoje ajuda aqueles que precisam.
Em uma interpretação particular eu vejo que no quatro de ouros ele está agarrado com seus bens, no cinco de ouros os bens já pertencem a outra instituição e por isso as moedas estão presas aos vitrais mostrando a riqueza da instituição à quem o dinheiro pertence hoje.
Mas no seis de copas ele já entendeu que aquilo que construímos não adianta de nada quando não é divido e servido para o bem. Eu, pessoalmente, interpreto as moedas acima dele pois o valor está na situação, no servir, no crescimento como pessoa e não em posse de qualquer uma das três figuras. Todos ganham.
O Natal
Desde muito cedo recebemos um bombardeio de cobranças nessa época, de que sejamos bons, benevolentes, caridosos e tudo que a mídia junto dos costumes cristãos nos prega. Nessa época as pessoas cobram que se tenha mais sensibilidade com as pessoas e com aqueles que precisam de ajuda.
O nascimento de alguém tão importante na humanidade certamente desperta alguns sentimentos bons. Mas será que o Natal fala mesmo de bondade e de dedicação ao seu próximo?
A passagem biblica que mais fala sobre dedicação ao próximo não é a do nascimento de Jesus. Jesus, o Messias, nasceu em uma manjedoura em um ambiente simples e precário e recebeu a visita dos três reis magos. Os três reis magos deram a Jesus algo que era realmente caro na época e que lhes custou muito dinheiro, certamente, mas não representava uma ajuda de fato. Os três reis magos fizeram como aquele tio rico que dá o presente mais caro e menos interessante.
Caso nesse Natal qualquer um queira, de fato, se espelhar num exemplo de bondade devem ser Bons Samaritanos, que deixam o seu caminho do trabalho, tiram realmente de seu bolso para ajudar alguém que realmente precisa.
Diferente dos Reis Magos, o Bom Samaritano ajudou alguém que não seria famoso, diretamente ligado a Deus, nem o Messias. O bom samritano ajudou um anônimo, quase morto a beira da estrada e que ninguém saberia que o teria feito. Quando queremos realmente fazer algo de bom, fazemos por nós e para nós. Ninguém precisa saber e as vezes nem mesmo o ajudado.
A paz que a caridade traz é maior do que qualquer massagem de ego. Que nesse Natal e que em todo o ano você seja caridoso e feliz por ajudar e não por se julgar mais pertinho do céu.
Um abraço,
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